Ontem, com o encerramento da 7ª rodada de concessões de aeroportos, foi concluído o processo de transferência dos principais aeroportos do Brasil para a iniciativa privada.
A AOPA Brasil apoia a iniciativa por uma razão muito simples: o Estado brasileiro, comprovadamente, não tem condição financeira e técnica para dar conta dos desafios de desenvolvimento e investimento que a malha de aeroportos requer.
Porém, a experiência vivida pós-concessão, com os serviços prestados pela grande maioria dos concessionários para a aviação geral, é motivo de muita preocupação.
Sabemos que o modelo econômico-financeiro das concessões privilegiou o máximo aumento de tráfego de passageiros da aviação comercial nos aeroportos para que os investimentos contratados pudessem ser recupados. Não há nada de errado com isso.
O problema é que o modelo de negócio desincentiva o atendimento da aviação geral, como se atender mais passageiros e voos comerciais fosse uma atividade concorrente de atender também a aviação geral.
Problemas mais graves já informados à ANAC e à SAC:
Como resultado disso tudo somado, o que se vê hoje são pátios vazios de aeronaves da aviação geral.
ANAC precisa atuar: a aviação geral é complementar e não concorrente.
A AOPA Brasil vem buscando dialogar com a ANAC a respeito desses problemas, começando pelo fato da Agência não confundir liberdade econômica com abuso de posição dominante. O fato concreto é que essa infraestrutura que foi concedida é pública e continuará pública, mesmo concedida a operadores privados.
Regras que não obriguem os concessionários a serem transparentes e racionais nas suas práticas vão agravar o êxodo da aviação geral desses aeroportos, o que é um efeito indesejável para o país que tem a segunda maior frota de aviação geral do mundo.